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domingo, 17 de agosto de 2008

UM POUQUINHO DE GUITARRA

Gibson ES175: 1949

Em 1949, nascia a primeira guitarra que faria história: a ES175, da Gibson. Até então, as guitarras eram essencialmente desenhadas como instrumentos acústicos com a adição de um pickup. A ES 75 mudou essa idéia, pois já foi conceitualmente projetada como uma elétrica. Corpo profundo, "f-holes" e uma única reentrância (cutaway) na parte inferior do corpo, em estilo Florentino. Originalmente, trazia um único captador, modelo P90 (soapbar). Em 53, ganhou um segundo P90 e, em 57, dois humbuckings substituiram os P90. A ES175 é comumente associada a jazzistas, mas um dos "papas" do rock progressivo, Steve Howe (Yes, Asia), ainda a tem como uma de suas principais guitarras até hoje.
http://www.gibson.com

Gibson Les Paul: 1952

O modelo Les Paul foi introduzido em 52, mas foi extremamente modificado até que se chegasse à sua versão "Standard", o que só ocorreu em 58, com a adição dos humbuckings, desenhados por Seth Lover, que se tornaram "o som marca registrada" das Les Paul - muito volume, muito sustain e nenhum hum (daí o nome "humbucking").
A Les Paul é, provavelmente, o único modelo comparável à Strato no que diz respeito ao termo "clássico". Na verdade, para muitos, é dela o "definitivo" som do Rock and Roll. Como se pode observar facilmente, esses muitos devem estar certos. Jimmy Page talvez seja o ícone maior dos tantos "monstros" que eternizaram a Les Paul com "a" guitarra do Rock". Praticamente TODOS os grandes guitarristas já usaram - ou ainda usam - uma Les Paul como instrumento básico de trabalho. Até mesmo figuras tradicionalmete associadas à imagem da Strato (Clapton, Beck, inúmeros) já produziram obras-primas com uma Les Paul nas mãos. Quando plugada em um Marshall, então, "sai de baixo" - é PURO Rock and Roll!
http://www.gibson.com

Fender Stratocaster: 1954

1954 marca o nascimento da Stratocaster.Hoje, se você pedir pra alguém lhe desenhar uma guitarra, mesmo pra alguém que não seja músico, ele provavelmente vai rabiscar algo parecido com o shape de uma Strato. Ou seja, um verdadeiro standard, a partir do qual, um sem número de cópias foram - e continuam sendo - geradas.
Três captadores que, originalmente, eram selecionáveis individualmente, até que alguém descobrisse que deixando a chave seletora nas posições intermediárias eles proporcionavam outros dois timbres que, através dos tempos, se tornaram os mais característicos das Stratos. Aliás, tentar descever o som de uma Strato seria impossível. Ela é, sem dúvida, a guitarra mais usada - e nos mais variados setups - em todos os tempos.
O maior "inconveniente" das Stratos é que elas são ruidosas, devido aos seus single-coils. Por um lado, eles dão "o" som que tanto procuramos numa Strato; Por outro, eles são "barulhentos". A indústria vem tentando, desde o seu lançamento, resolver esse problema, aperfeiçoando, ano a ano, os single-coils para que não produzam esses "chiados", sem perder seu timbre característico. Os resultados vem melhorando de modo sensível!
Pra resumir, um clássico eterno.
http://www.fender.com

Gibson ES335: 1958

O modelo ES335 é uma combinação única de desenhos entre o maciço e o acústico, o que a deixa "em casa" em situações radicalmente opostas, como o Jazz e o Rock and Roll. O projeto pretendia reunir o "peso" do som das guitarras maciças ao feedback das acústicas - e esse intento foi alcançado pela ES335, com sucesso. O meio da guitarra, no seu interior, traz uma barra sólida, onde são montados os captadores e a ponte. Todo o resto do corpo, em proporções simétricas, para cima e para baixo dessa barra, fica livre para resonar, como nas acústicas.
Entre seus usuários mais famosos, está B.B.King que, desde que começou a usá-la, não a deixou mais. Na prática, ele passou a usar um modelo derivado da 335, a 355. Ambas têm construção idêntica, diferindo uma da outra pela adição, na 355, de uma chave rotativa seletora dos pickups que permite várias combinações entre eles. A identificação entre B.B.King e essa guitarra foi tanta, que ele "batizou" a sua como "Lucille". Há alguns anos, a Gibson acabou por lançar o modelo "Lucille", em homenagem a King. A diferença essencial entre o modelo "Lucille" e uma 355 padrão está na ausência dos "f-holes" na primeira.
http://www.gibson.com

EVH "Frankenstein": 1977

Talvez nenhuma outra guitarra seja tão imediatamente reconhecível e diretamente associável a um guitarrista como essa "coisa" aí ao lado. Não bastasse a originalidade absoluta do "como" tocar guitarra, Eddie Van Halen trouxe consigo, ainda, a originalidade absoluta do "que" tocar.
Construída a partir de "pedaços" de guitarras e com uma série de "invencionices", nascia a "monstruosidade" posteriormente apelidada (com razões de sobra, aliás...) "Frankenstein".
Hoje, EVH pilota sua própria marca e está comercializando réplicas desse marco na história da guitarra (em parceria com a Fender, mas sem fazer uso da marca). As réplicas são feitas à mão, uma a uma e, por isso mesmo, adivinhe... custam muiiito caro. Anyway, o registro, aqui, é mais do que merecido, afinal, esse "monstro" continua absolutamente original, único e adorável!
http://www.evhgear.com

Jackson Soloist: 1981

No final da década de 70, as gigantes americanas, Fender e Gibson, viam-se obrigadas a competir com os preços muito mais baixos dos "clones" japoneses que invadiam a América. Consequência óbvia, menos qualidade nos displays das lojas, o que levou os guitarristas do mundo todo a partir para o "faça você mesmo". Inúmeros fabricantes de partes já ofereciam um sem-número de opções para se "envenenar" uma guitarra, o que acabou por resultar num novo protótipo: uma Strato "envenenada", com pickups mais potentes, braço mais fino para proporcionar mais velocidade e uma ponte melhor, que proporcionasse mais estabilidade à afinação.
O ápice desse novo protótipo, o de uma "Super-Strato", ganhou nome e sobrenome entre 81 e 82: Jackson Soloist. Essa guitarra tornou-se o "objeto de desejo" de 10 entre 10 guitarristas do então novo "heavy-metal". Grover Jackson, autor do projeto, já havia se estabelecido como um excelente luthier ao redor de 80, quando foi procurado por Randy Rhoads para lhe construir uma guitarra. O resultado acabou se tornando um outro clássico que veio a ser comercializado pela Jackson com o nome de "Randy Rhoads Flying V".
O mais comum dos setups inclui um humbucking e dois single-coils, além do sistema "Floyd Rose locking tremolo", que se eternizou desde então como padrão de sistemas de tremolo para os guitarristas de estilo mais veloz (EVH, Vai, Satriani, etc.).
http://www.jackson.com

Paul Reed Smith Custom: 1985

"Já não fazem mais guitarras como antigamente". Com essa frase em mente, o luthier Paul Reed Smith "arregassou as mangas" e se pôs a fazer exatamente isso: guitarras como se fazia antigamente. O resulltado é o mais significante projeto dos anos 80 - hoje as PRS já fazem parte incontestável do hall das "mais". Entre as suas "marcas registradas", salta aos olhos a atenção aos mínimos detalhes. O design parte das clássicas Les Paul e Strato. O comprimento da escala (25") é um meio termo entre elas que - finalmente! - funcionou perfeitamente.
Ao redor de 80, "feras" como Santana e Peter Framton já usavam guitarras feitas por Paul, ainda como luthier. Em 85, Paul deu início à sua fábrica. Paul partiu do princípio que o som de uma guitarra deve vir, essencialmente, das madeiras utilizadas, quando praticamente todos os outros fabricantes partiam dos eletrônicos. Sua opção parece ter sido acertada. Basta "pegar" uma PRS para se entender o que ele tinha em mente. O sistema de tremolo, embora derivado das Stratos originais, é bastante melhorado e proporciona ótima estabilidade à afinação.
Nas PRS a palavra "Custom" é levada realmente a sério. O acabamento dessas guitarras é fantástico! Timbres: as PRS, via de regra, vem com dois humbuckings, que, de série, podem ser "splitados" para produzirem sons de single-coils também. Não são Stratos, Teles ou Les Pauls, são PRS; Mas, se você quer versatilidade, sem ter de ir atrás ou mesmo de carregar um verdadeiro arsenal de preciosidades, sua busca pode ter acabado aqui. Não precisaria nem dizer, mas eu sou um fã incondicional das PRS. É guitarra para toda vida!
http://www.prsguitars.com

Line 6 Variax: 2002

Depois de provocar uma verdadeira reviravolta nos setups de guitarra com seus modeladores (a famosa linha POD), a Line 6, em 2002, levou sua expertise nesse campo para a produção de guitarras modeladoras. Nascia a Variax.
Atualmente, na versão 700, trata-se de um instrumento mais bem acabado, em termos de construção e tocabilidade do que suas versões originais. De qualquer forma , o "coração" da Variax está mesmo em sua parte digital, em sua impressionante capacidade de "modelar" os timbres de algumas das mais respeitadas e desejadas guitarras de todos os tempos - algumas delas, aliás, já comentadas aqui em cima, nesta mesma página.
Os puristas, é claro, sempre terão reservas; ainda assim, o fato é que, em termos de versatilidade, trata-se de um instrumento invejável.
http://www.line6.com/variax

A principal fonte para as informações acima foi o livro "The Electric Guitar", de Paul Trinka, editado por Chronicle Books, USA.

Várias outras guitarras comporiam essa página, você sabe. Na verdade, falar um pouquinho de
cada uma das grandes guitarras ocuparia um site todo - e dos grandes! Aliás, há inúmeros na Web.
Music Man Van Halen, Ibanez Steve Vai, Steinberger GM7, Fender Jaguar, Fender Mustang,
Gretsch Falcon, as Rickenbacker (6 e 12), Parker Fly, as 'novidades' Variax, da Line 6 (modelação), e por aí vai...

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